Triagem auditiva e dosagem das colinesterases em trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos

Triagem auditiva e dosagem das colinesterases em trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos

Ângela Leusin Mattiazzi; Jaqueline Luana Caye; Jaíne Gabriela Frank; Iara Denise Endruweit Battisti

DOI: 10.5327/Z1679443520190374

Resumo

Introdução: A atividade agrícola e a exposição a agrotóxicos aumentam o risco de perda auditiva e a possibilidade de redução das colinesterases.

Objetivos: Descrever e correlacionar os resultados da triagem auditiva e da dosagem das colinesterases plasmática e eritrocitária de trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos.

Método: Pesquisa de natureza quantitativa, com alcance descritivo e explicativo, com delineamento transversal, realizada com 71 trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos. A coleta de dados foi realizada de três formas: instrumento de coleta para caracterização do contato aos agrotóxicos; triagem auditiva; e coleta de sangue para dosagem das colinesterases plasmática e eritrocitária.

Resultados: Cada trabalhador utilizava “em média” três agrotóxicos diferentes e o mais citado foi o glifosato. Sobre a triagem auditiva, 60,6% possuíam alterações auditivas e 32,4%, zumbido. Na dosagem da colinesterase eritrocitária, todos os trabalhadores rurais apresentaram valores de dosagens de colinesterase dentro da normalidade. Na dosagem da colinesterase plasmática, um participante apresentou valor de dosagem inferior ao normal. Não houve correlação significativa entre a triagem auditiva e o valor das colinesterases.

Conclusões: A avaliação audiológica deve ser incluída no cuidado à saúde dos trabalhadores rurais e o acompanhamento ocupacional de trabalhadores expostos a agrotóxicos não deve ser restrito à dosagem das colinesterases, pois tal medida é insuficiente para diagnosticar exposição real a agrotóxicos.