Terapia com Oxigênio na Suspeita de Infarto Agudo do Miocárdio
Robin Hofmann, Stefan K. James, Tomas Jernberg, et al. For the DETO2X–SWEDEHEART Investigators.
Fonte: N Engl J Med. 2017 Sep 28;377(13):1240-1249
Base teórica: O efeito da terapia com oxigênio de rotina nos pacientes com suspeita de infarto agudo do miocárdio que não apresentam hipoxemia é incerto.
Metódos: Neste ensaio clínico randomizado, nós utilizamos o registro nacional sueco para a inclusão de pacientes e coleta de dados. Pacientes com suspeita de infarto do miocárdio e saturação de oxigênio de 90% ou acima foram randomizados para receber oxigênio suplementar (6 litros/minuto por 6 a 12 horas, através de máscara facial aberta) ou ar ambiente.
Resultados: Um total de 6629 pacientes foram recrutados. A duração mediana da terapia de oxigênio foi de 11,6 horas, e a mediana da saturação de oxigênio ao final do período de tratamento foi 99% entre os pacientes alocados para receber oxigênio e 97% para aqueles alocados para ar ambiente. Hipoxemia ocorreu em 62 pacientes (1,9%) no grupo oxigênio, em comparação com 254 (7,7%) no grupo ar ambiente. A mediana do nível mais elevado de troponina durante a hospitalização foi de 946,5 ng/L no grupo oxigênio e 983 ng/L no grupo ar ambiente. O desfecho primário de morte por qualquer causa dentro de 1 ano após a randomização ocorreu em 5% dos pacientes (166 de 3311) alocados para grupo oxigênio e 5,1% dos pacientes (168 de 3318) alocados para ar ambiente (hazard ratio, 0,97; intervalo de confiança de 95%[IC], 0,79 a 1,21; P=0,80). Nova hospitalização por infarto do miocárdio dentro de 1 ano ocorreu em 126 pacientes (3,8%) alocados para oxigênio e 11 pacientes (3,3%) alocados para ar ambiente (hazard ratio, 1,13; IC95%, 0,88 a 1,46; P=0,33). Os resultados foram consistentes entre todos os subgrupos predefinidos.
Conclusões: O uso de rotina de oxigênio suplementar em pacientes com suspeita de infarto agudo do miocárdio que não apresentam hipoxemia não reduziu a mortalidade por todas as causas em 1 ano.