Seguimento do controle pressórico e glicêmico no diabetes tipo 2

Seguimento do controle pressórico e glicêmico no diabetes tipo 2

S. Zoungas, J. Chalmers, B. Neal, L. Billot, et al.
Grupo ADVANCE-ON

Fonte: N Engl J Med 2014;371:1392-406

Base teórica: No estudo ADVANCE (Ação em diabetes e doença vascular: avaliação do preterax e diamicron de liberação modificada), a combinação de perindopril e indapamida reduziu mortalidade em pacientes com diabetes tipo 2, mas o controle glicêmico intensivo, com objetivo de hemoglobina glicada abaixo de 6,5%, não obteve este benefício. Neste momento, nós publicamos os resultados do seguimento de 6 anos após o estudo.

Métodos: Nós convidamos os participantes sobreviventes que haviam sido alocados previamente para os grupos perindopril-indapamida ou placebo e controle glicêmico intensivo ou controle padrão a participar nesta avaliação de seguimento de 6 anos após o estudo. O desfecho primário foi morte por qualquer causa e eventos macrovasculares maiores.

Resultados: As características basais foram semelhantes entre os 11.140 pacientes que foram originalmente randomizados e os 8.494 pacientes que participaram neste seguimento, com média de 5,9 anos (comparação do controle pressórico) e 5,4 anos (comparação do controle glicêmico). Na primeira visita realizada após o final do estudo, a diferença no controle pressórico e glicêmico entre os grupos já não foi mais observada. As reduções no risco de morte por qualquer causa e morte cardiovascular que foram observadas no grupo que recebeu tratamento farmacológico ativo para redução da pressão arterial foram atenuadas mas se mantiveram significativas ao final deste seguimento; o risco foi de 0,91 (intervalo de confiança IC 95%, 0,84 a 0,99; P=0,03) e 0,88 (IC 95%, 0,77 a 0,99; P=0,04), respectivamente. Não foram observadas diferenças na mortalidade por qualquer causa ou mortalidade cardiovascular entre os grupos submetidos a controle glicêmico intensivo e controle padrão; risco de 1,00 (IC 95%, 0,92 a 1,08) e 1,00 (IC 95%, 0,92 a 1,08), respectivamente.

Conclusões: Os benefícios com respeito à mortalidade que foram observados nos pacientes originalmente alocados para receber tratamento para redução da pressão arterial foram atenuados mas ainda foram significativos ao final deste seguimento. Não houve evidência de que o controle glicêmico intensivo obtido durante o estudo resulte em benefícios em longo prazo na redução da mortalidade e eventos macrovasculares.