Paul Crane, Rod Walker, Rebecca Hubbard, Ge Li, David Nathan, Hui Zheng, Sebastien Haneuse, Suzanne Craft, Thomas Montine, Steven Kahn Wayne McCormick, Susan McCurry, James Bowen, Eric Larson.
A presença de diabetes é um fator de risco para demência. A relação entre a glicemia e o risco de demência entre não diabéticos é desconhecida.
Foram avaliadas 35.264 medidas de glicemia e 10.208 medidas de hemoglobina glicada de 2.067 participantes sem diagnóstico de demência para avaliar a relação entre níveis de glicemia e risco de demência. Os participantes são oriundos do estudo Adult Changes in Thought e incluem 839 homens e 1.228 mulheres com média de idade de 76 anos; 232 participantes eram portadores de diabetes e 1.835 não tinham esse diagnóstico. Foram construídos modelos de regressão de Cox, com estratificação pela presença de diabetes e ajuste para idade, sexo, coorte estudada, escolaridade, nível de atividade física, pressão arterial, presença de doenças coronarianas e cerebrovasculares, fibrilação atrial, tabagismo e tratamento para hipertensão.
Durante uma mediana de seguimento de 6,8 anos, 524 pacientes desenvolveram demência (74 diabéticos e 450 não diabéticos). Entre os participantes não diabéticos, níveis médios de glicemia mais elevados nos últimos 5 anos estiveram associados a um risco aumentado de demência (p=0,01); a razão de risco ajustada para indivíduos com glicemia de 115 mg por decilitro em relação a indivíduos com glicemia de 100 mg por decilitro foi de 1,18 (IC 95% 1,04 a 1,33). Entre participantes diabéticos, níveis médios de glicemia mais elevados também estiveram associados a um aumento no risco de demência (p=0,002); uma glicemia de 190 mg por decilitro, quando comparada com 160 mg por decilitro, esteve associada a uma razão de risco ajustada de 1,40 (IC 95% 1,12 a 1,76).
Esses achados sugerem que níveis mais elevados de glicemia podem representar um fator de risco para demência, mesmo entre indivíduos não diabéticos. (Financiado pelo National Institutes of Health)