Automonitorização da glicemia em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 sem uso de insulina no cenário da atenção primária: Um estudo randomizado

Automonitorização da glicemia em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 sem uso de insulina no cenário da atenção primária: Um estudo randomizado

Laura A. Young, John B. Buse, Mark A.Weaver, et al.

Fonte: JAMA Intern Med. 2017;177(7):920-929

Importância: O valor da automonitorização dos níveis de glicemia em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 sem uso de insulina tem sido debatido.

Objetivo: Comparar 3 abordagens da automonitorização da glicemia nos níveis da hemoglobina A1c e na qualidade de vida relacionada à saúde nas pessoas com diabetes mellitus tipo 2 sem uso de insulina, no cenário da atenção primária.

Desenho e participantes: O “Monitor Trial study” foi um estudo pragmático, aberto, randomizado, conduzido em 15 centros de atenção primária na região central da Carolina do Norte. Participantes foram randomizados entre janeiro de 2014 e julho de 2015. Pacientes elegíveis com diabetes mellitus tipo 2 sem uso de insulina tinham: acima de 30 anos; assistência estabelecida com médico de atenção primária; A1c acima de 6,5% e abaixo de 9,5% nos 6 meses anteriores ao rastreamento, conforme dados obtidos do prontuário médico eletrônico; e desejo de consentir com a alocação dos grupos conforme a randomização. Entre os 1032 pacientes avaliados para elegibilidade, 450 foram randomizados.

Intervenções: Ausência de automonitorização da glicose, automonitorização uma vez ao dia, e automonitorização uma vez ao dia com feedback para o paciente através de mensagens automáticas enviadas pelo medidor.

Desfechos e medidas: Desfechos primários incluíram nível de hemoglobina A1c e qualidade de vida relacionada à saúde em 52 semanas.

Resultados: Um total de 450 participantes foram randomizados e 418 (92,9%) completaram a visita final. Não houve diferença significativa no nível da hemoglobina A1c entre os 3 grupos (P=0,74; diferença média estimada ajustada da hemoglobina A1c; automonitorização com mensagem vs sem automonitorização, -0,09%, IC95%, -0,31 a 0,14%; automonitorização vs sem automonitorização, -0,05%, IC95% -0,27 a 0,17%). Também não houve diferença significativa na qualidade de vida relacionada à saúde. Não houve diferença notável nos desfechos adversos incluindo frequência de hipoglicemia, utilização dos cuidados em saúde, ou início de insulina.

Conclusões e relevância: Em pacientes com diabetes tipo 2 sem uso de insulina, nós não observarmos diferença clínica ou estatística significativa em 1 ano no controle glicêmico ou na qualidade de vida relacionada à saúde entre os participantes que realizaram automonitorização ou não. A adição de mensagens de feedback não adicionou vantagens no controle glicêmico.