Antibiótico oral versus intravenoso para infecção óssea e articular

Antibiótico oral versus intravenoso para infecção óssea e articular

Ho-Kwong Li, InesRombachm, RheaZambellas, et al. for the OVIVA TrialCollaborators

Fonte: N Engl J Med 2019; 380:425-436

Base teórica: O manejo de infecções ortopédicas complexas geralmente inclui curso prolongado de antibióticos intravenosos. Nós investigamos se a terapia com antibióticos orais é não-inferior à terapia com antibióticos intravenosos para esta indicação.

Métodos: Nós alocamos adultos que estavam sendo tratados para infecção óssea ou articular em 26 centros do Reino Unido. Dentro de 7 dias após a cirurgia (ou, se a infecção estivesse sendo tratada sem cirurgia, dentro de 7 dias após o início do antibiótico), os participantes foram randomicamente alocados para receber antibióticos intravenosos ou orais para completar as primeiras 6 semanas de terapia. A continuação do tratamento com antibióticos orais foi permitida em ambos os grupos. O desfecho primário foi definido como a falência do tratamento dentro de 1 ano após a randomização. Na análise de risco para o desfecho primário, a margem percentual de não-inferioridade foi de 7,5%.

Resultados: Entre os 1054 participantes (527 em cada grupo), os dados para os desfechos estavam disponíveis para 1015 (96,3%). Falha do tratamento ocorreu em 74 dos 506 participantes (14,6%) no grupo intravenoso e em 67 dos 509 participantes (13,2%) no grupo oral. Dados ausentes sobre o desfecho (39 participantes, 3,7%) foram imputados. Análise por intenção de tratar mostrou uma diferença no risco de falência definitiva do tratamento (oral vs intravenoso) de -1,4% (Intervalo de Confiança [IC] 90%, -4,9 a 2,2; IC 95% -5,6 a 2,9), indicando não-inferioridade. Análises por casos completos, por protocolo e de sensibilidade suportam este resultado. A diferença de eventos adversos graves entre os grupos foi não significativa (146 de 527 participantes [27,7%] no grupo intravenoso e 138 de 527 [26,2%Âncora] no grupo oral, P=0,58). Complicações de cateter, analisado como desfecho secundário, foram mais comuns no grupo intravenoso (9,4% vs 1,0%).

Conclusão: A terapia com antibióticos orais foi não-inferior à terapia com antibióticos intravenosos quando utilizada durante as 6 primeiras semanas de infecção ortopédica complexa, avaliada pela falência do tratamento em 1 ano.